segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Batalha do Chile - Comentários



Trata-se de uma obra-prima do cineasta chileno Patrício Guzmán que pode, inclusive, ser utilizado como o currículo de um curso de formação política. Temas como reformismo, revolução, socialismo, a dominação burguesa, o poder popular, o papel da mídia e muitos outros surgem enquanto assistimos ao filme. São quase cinco horas de duração, divididas em três partes: "A Insurreição da Burguesia", "O Golpe de Estado" e "O Poder Popular".
A primeira cena do documentário mostra o Palácio de La Moneda sendo bombardeado em 11 de setembro de 1973. É o próprio símbolo da dominação burguesa. A classe dominante não hesita em destruir suas próprias obras para manter seus privilégios. Mostra que se a esquerda chilena pretendia trilhar a “via pacífica” para o socialismo, a burguesia não vacilou em responder com extrema violência. Paz para ela significa sossego para continuar explorando. Já para seus inimigos é a paz dos cemitérios.
Mas, um dos vários aspectos destacados pela obra de Guzmán é o papel da mídia em todo o processo de sabotagem e derrubada do governo Allende. A maior parte da grande mídia era controlada pela oposição de direita. A mais perigosa era a emissora de TV, Canal 13. Era uma espécie de Globo do Chile da época. Era tão identificada com os interesses conservadores que Guzmán usava um crachá falso da emissora para entrevistar o público conservador. Com isso, conseguia captar o clima de revolta da classe média e da burguesia em relação às medidas populares do governo Allende.
FONTE: http://www.piratininga.org.br/2006/86-batalha-do-chile.html

Guzman vivia na Europa quando chegaram as notícias da subida ao poder da Unidade Popular, aliança de partidos de esquerda que elegeu o presidente Salvador Allende no Chile do fim dos anos 60. Entusiasmado, o cineasta voltou ao seu país e começou a gastar o que podia de rolos e mais rolos de filme. Foi além dos temas espetaculares, filmando desde assembléias de fábricas, passando por trabalhadores do campo, moradores de bairros construindo um abastecimento alternativo, até militantes de direita. É um registro e uma análise bastante completa do que foi a caminhada chilena pela via democrática ao socialismo, abordando temas difíceis como as nacionalizações, o apoio ambíguo da presidência ao processo de construção do "poder popular" que se dava com as ocupações de fábricas e latifûndios e a construção da participação direta através de assembléias locais e regionais, e as contradições entre este poder popular e um Estado que acabou paralisado pela maioria conservadora do Congresso e as ações de sabotagem apoiadas pela CIA e pelas elites. Com o golpe em 1973, Guzman se refugiou em Cuba, onde terminou de editar a terceira parte do documentário apenas em 1979. Foram praticamente 10 anos de trabalho.
FONTE: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/09/360314.shtml

Um comentário:

Anônimo disse...

Companheiros!

Este filme faz a gente refletir sobre a Esquerda, que no caso existia no Chile.
Pensar no que é possível um governo reformista – U. P. - Allende foram derrotados pela direita.
Aventurar por estratégias rumo ao Socialismo – necessita de DIRETRIZES de esquerda com ação em mesma direção, numa dialética (ação, crítica, conclusão).
Romper com os fundamentalismos e sectarismos da própria esquerda, conseguir saber quem é de esquerda, esquerdista – anarquista, socialista, comunista e ou social democrata, de centro de centro direita, direita e da extrema direta (radical).

A extrema direita na Argentina no Brasil e Chile (ABC)
DEUTSCH, SANDRA McGee Lãs derechas La extrema derecha em la Aregentina, el Brasil y Chile

No capitulo 3 do livro Brasil: Uma república quebrada;
No capitulo 5 Chile: a defesa da pátria
No capitulo 7 Contra o anarquismo: o nacionalismo brasileiro