terça-feira, 29 de abril de 2008

A batalha do Chile III - O poder popular

"À margem dos grandes acontecimentos narrados nos episódios I e II acontecem também outros fenômenos originais, às vezes efêmeros, incompletos, contados nesta terceira parte. Numerosos setores da população e, em particular, as camadas populares que apóiam Allende organizam e põem em marcha uma série de ações coletivas: armazéns comunitários, cadeias industriais, comitês camponeses etc. com a intenção de neutralizar o caos e superar a crise. Essas instituições, em sua maioria espontâneas, representam um 'estado' dentro do Estado".
Patricio Guzmán

terça-feira, 15 de abril de 2008

A batalha do Chile II - Sinopse

A batalha do Chile II - O Golpe de Estado
"Entre março e setembro de 1973 a esquerda e a direita se enfrentam nas ruas, nas fábricas, nos tribunais, nas universidades, no congresso e nos meios de comunicação. A situação se torna insustentável. Os Estados Unidos financiam a greve dos caminhoneiros e fomentam o caos social. Allende tenta, sem sucesso, um acordo com as forças da Democracia Cristã. As próprias contradições da esquerda aumentam a crise. Os militares começam a conspirar em Valparaíso. Um amplo setor da classe média apóia o boicote e a guerra civil. Em 11 de setembro Pinochet bombardeia o palácio do governo".
Patricio Guzmán

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A Batalha do Chile I - Sinopse

"Salvador Allende põe em marcha um programa de profundas transformações sociais e políticas. Desde o primeiro dia a direita organiza contra ele uma série de greves enquanto a Casa Branca o asfixia economicamente. Apesar do boicote, em março de 1973 os partidos que apóiam Allende obtêm mais de 40% dos votos. A direita compreende que os mecanismos legais já não servem. De agora em diante sua estratégia será o golpe de estado. A batalha do Chile é um documento que mostra, passo a passo, esses acontecimentos que comoveram o mundo".
Patricio Guzmán

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Batalha do Chile - Comentários



Trata-se de uma obra-prima do cineasta chileno Patrício Guzmán que pode, inclusive, ser utilizado como o currículo de um curso de formação política. Temas como reformismo, revolução, socialismo, a dominação burguesa, o poder popular, o papel da mídia e muitos outros surgem enquanto assistimos ao filme. São quase cinco horas de duração, divididas em três partes: "A Insurreição da Burguesia", "O Golpe de Estado" e "O Poder Popular".
A primeira cena do documentário mostra o Palácio de La Moneda sendo bombardeado em 11 de setembro de 1973. É o próprio símbolo da dominação burguesa. A classe dominante não hesita em destruir suas próprias obras para manter seus privilégios. Mostra que se a esquerda chilena pretendia trilhar a “via pacífica” para o socialismo, a burguesia não vacilou em responder com extrema violência. Paz para ela significa sossego para continuar explorando. Já para seus inimigos é a paz dos cemitérios.
Mas, um dos vários aspectos destacados pela obra de Guzmán é o papel da mídia em todo o processo de sabotagem e derrubada do governo Allende. A maior parte da grande mídia era controlada pela oposição de direita. A mais perigosa era a emissora de TV, Canal 13. Era uma espécie de Globo do Chile da época. Era tão identificada com os interesses conservadores que Guzmán usava um crachá falso da emissora para entrevistar o público conservador. Com isso, conseguia captar o clima de revolta da classe média e da burguesia em relação às medidas populares do governo Allende.
FONTE: http://www.piratininga.org.br/2006/86-batalha-do-chile.html

Guzman vivia na Europa quando chegaram as notícias da subida ao poder da Unidade Popular, aliança de partidos de esquerda que elegeu o presidente Salvador Allende no Chile do fim dos anos 60. Entusiasmado, o cineasta voltou ao seu país e começou a gastar o que podia de rolos e mais rolos de filme. Foi além dos temas espetaculares, filmando desde assembléias de fábricas, passando por trabalhadores do campo, moradores de bairros construindo um abastecimento alternativo, até militantes de direita. É um registro e uma análise bastante completa do que foi a caminhada chilena pela via democrática ao socialismo, abordando temas difíceis como as nacionalizações, o apoio ambíguo da presidência ao processo de construção do "poder popular" que se dava com as ocupações de fábricas e latifûndios e a construção da participação direta através de assembléias locais e regionais, e as contradições entre este poder popular e um Estado que acabou paralisado pela maioria conservadora do Congresso e as ações de sabotagem apoiadas pela CIA e pelas elites. Com o golpe em 1973, Guzman se refugiou em Cuba, onde terminou de editar a terceira parte do documentário apenas em 1979. Foram praticamente 10 anos de trabalho.
FONTE: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/09/360314.shtml